sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Principais conclusões que se podem inferir do estudo:

Os motivos apresentados para a mudança nos hábitos alimentares para uma dieta vegetariana relacionam-se com saúde e aconselhamento médico, influências de amigos e familiares e defesa dos animais. Os gastos mensais são idênticos ao de uma alimentação não vegetariana, excepto nas refeições realizadas em restaurantes, sendo o preço um pouco mais elevado. A maioria dos inquiridos revelou relativa facilidade em encontrar, actualmente, produtos vegetarianos à venda em grandes superfícies, em lojas de alimentação natural ou mesmo em restaurantes vegetarianos.
Após uma análise detalhada dos treze questionários realizados foram efectuados os gráficos abaixo apresentados, que demonstram os motivos de adopção da dieta vegetariana e sua relação com sexo e idade.

Gráfico n.º 1
Relação entre sexo e motivos de adopção da dieta vegetariana:


Nove das treze pessoas entrevistadas atribuíram à saúde/ aconselhamento médico, o motivo que as levou a adoptar por uma alimentação vegetariana, três dos inquiridos atribuíram à influência de amigos e familiares a mudança da dieta alimentar e apenas uma pessoa apontou razões de defesa do animal como motivo para a sua mudança alimentar.
Em ambos os sexos a mudança dos hábitos alimentares relacionou-se principalmente com as questões de saúde, seguidamente da influência de amigos e familiares. No entanto, o único inquirido que atribuiu a causas de defesa dos animais a sua mudança alimentar era do sexo feminino.
A maior parte dos entrevistados eram mulheres, não apenas por demonstrarem maior interesse pelos assuntos referentes à alimentação, mas porque se disponibilizaram mais facilmente a conceder a entrevista.

Gráfico n.º 2
Relação entre idade e motivos de adopção da dieta vegetariana:


Relativamente às idades concluiu-se que à medida que a idade avança aumenta a preocupação com a saúde, assim, foram oito os inquiridos com idade superior a 30 anos que referiram esta causa como sendo o motivo de adopção do vegetarianismo. Contudo foi na faixa etária entre os 30 e 40 anos que se verificou mais esta resposta, sendo que também foi a mais abrangida por este questionário.
Por outro lado, os mais jovens (entre os 20 e os 30 anos) referiram maioritariamente as influências de amigos como motivo para optar por este tipo de dieta, o que nos mostra que ser vegetariano, hoje em dia, é uma “moda”.

Na tabela 1 podemos verificar a relação entre as idades dos inquiridos e os locais de aquisição de produtos necessários para uma alimentação vegetariana.

Tabela 1
Relação entre a idade e os locais de aquisição dos produtos vegetarianos:



Todos os entrevistados revelaram facilidade em encontrar produtos para a alimentação vegetariana, seja em grandes superfícies, lojas de alimentação natural ou em pequenos estabelecimentos alimentares.
Nenhum dos inquiridos revelou haver discrepância em termos económicos relativamente à alimentação não vegetariana, excepto nas refeições em restaurantes.
Independentemente da faixa etária a que pertencem, todos os inquiridos mencionaram as grandes superfícies como local de aquisição dos produtos vegetarianos, mas nunca exclusivamente. Foram também referidas as lojas de alimentação natural e apenas três pessoas referiram pequenos estabelecimentos alimentares.
Foi evidente uma maior tendência dos jovens para as grandes superfícies. Já na faixa etária intermédia e na mais velha verificou-se equivalente preferência entre as grandes superfícies e os estabelecimentos de alimentação natural.
A tendência pelas grandes superfícies deve-se ao facto de estas se preocuparem em chegar ao consumidor, através da publicidade, que contribui em muito para a aquisição dos produtos, e através da disposição dos produtos, que apelam ao seu consumo, por exemplo, hoje em dia quando nos deslocamos a uma grande superfície, já podemos encontrar uma secção dirigida única e exclusivamente a pessoas que optam por uma dieta vegetariana, com uma grande diversidade de produtos.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

sábado, 22 de dezembro de 2007

Uma imagem Vale mais que mil palavras!:(

CONCLUSÃO


O comportamento alimentar é complexo, incluindo determinantes externas e internas ao sujeito. O acesso aos alimentos, na sociedade moderna, predominantemente urbana, é determinado pela estrutura socio-económica, a qual envolve principalmente as políticas económica, social, agrícola e agrária. Assim sendo, as práticas alimentares, estabelecidas pela condição de classe social, engendram determinantes culturais e psicossociais.
Com a elaboração deste trabalho pude concluir que o Vegetarianismo é acessível a todos, tanto em termos económicos como por facilidade de aquisição de produtos. Sendo razoável dizer que só não é vegetariano quem não quer. Uma das grandes dificuldades na disseminação do vegetarianismo é, sem dúvida, a nossa resistência à mudança. Mesmo quando todas as evidências apontam num novo sentido, a tendência é muitas vezes continuarmos a fazer aquilo que sempre nos ensinaram. Mas hoje, mais do que nunca, é sabido que o conhecimento, a informação, é de todas a melhor arma. Um vegetariano não tem de forçosamente ser, mas é importante que seja também, uma pessoa bem informada e segura da sua opção alimentar.
Neste estudo foi evidente que para os mais jovens o vegetarianismo, é mais uma questão de moda e, que pelo contrario, os mais velhos demonstram uma maior preocupação com a saúde. É cada vez maior a preocupação com a alimentação, com a saúde e com o corpo. As gerações mais jovens estão cada vez mais pressionadas pela estética e pelo culto do corpo, por isso procuram um estilo de vida saudável.
“Mente sã, corpo são”, é hoje em dia um slogan muito utilizado. A preocupação com a dieta baseia-se acima de tudo com o bem-estar (físico e psíquico). O exercício físico e a alimentação equilibrada são factores essenciais para uma vida mais saudável. Optar pelos alimentos certos e nas quantidades adequadas são atitudes cada vez mais em voga nos dias de hoje.
A comida deixou de alimentar apenas o corpo e passou a alimentar também a nossa identidade, o homem alimenta-se de acordo com a sociedade a que pertence. A alimentação não é apenas uma necessidade biológica, é também um fenómeno social e cultural, como defendia Edgar Morin o ser humano tem de ser encarado como uma unidade bio-socio-cultural.
Se por um lado tal processo de globalização amplia a diversidade alimentar, por outro também a reduz, uma vez que circula um mesmo leque de opções alimentares próprias da globalização. As mudanças na alimentação devem ser entendidas no contexto sócio-cultural da urbanidade no seu contexto objectivo e subjectivo.
A estandardização de certas instâncias das práticas e do comportamento alimentar facilitam as mudanças na alimentação, que vão sendo incorporadas como parte do modo de vida e como consequência deste. Pressionadas pelo poder aquisitivo e pela publicidade, as práticas alimentares vão se tornando permeáveis a mudanças, representadas pela incorporação de novos alimentos, formas de preparo, preparo, compra e consumo.
Com o aprofundamento do tema deste trabalho constatou-se que o vegetarianismo não é uma pratica recente muito pelo contrário, surgiu há cerca de 5 milhões de anos atrás e é cada vez maior o número de pessoas em todo o mundo que têm substituído a habitual dieta omnívora por uma dieta vegetariana, sejam motivadas por cuidados com a saúde, ideias de respeito aos animais, por preservação ambiental ou mesmo por crenças filosóficas.
A diversidade de ideologias dentro do vegetarianismo pode ser retratada pela enorme galeria de celebridades ao longo da história, que vão desde Pitágoras, Platão, Leonardo da Vinci, Gandhi, até ídolos mais actuais como Madonna, Richard Gere ou Brad Pitt, entre tantos outros. O que leva a dizer que actualmente o vegetarianismo “está na moda”.
Numa sociedade actual dirigida para o fast-food, que poupa tempo de preparo e de ingestão e são deslocáveis para qualquer lado, torna-se indispensável chamar a atenção para uma alimentação saudável. Acima de tudo convém criar uma alimentação equilibrada do ponto de vista nutricional e fomentar uma educação alimentar que sensibilize crianças, adultos e idosos para o contacto com todo o tipo de alimentação. È importante que haja uma educação alimentar que promova o bem-estar e a saúde das gerações de hoje, mas também das gerações futuras, essa educação tem de ser feita por todas as identidades educadoras e não apenas nas escolas.

METODOLOGIA


No âmbito das cadeiras de Introdução às Ciências Sociais e Seminário de Iniciação à Mediação e Formação, foi promovido um estudo com o objectivo de analisar vários aspectos relacionados com hábitos alimentares, mais especificamente quais os motivos que levam as pessoas a adoptar por uma alimentação vegetariana.
Este estudo foi promovido através de inquérito onde foram abordadas várias questões sobre o tema, a partir do desenvolvimento da conversa, os inquiridos foram convidados a falar a respeito das suas práticas de escolha, aquisição, e consumo de alimentos, assim como dos gastos.
Este estudo foi realizado no Porto, no restaurante “Alfarroba”, durante o mês de Dezembro de 2007. Consistiu na realização de 13 entrevistas, a indivíduos entre os 20 e 50 anos.
Foram administrados 13 inquéritos por questionário com duração média quinze minutos. O principal objectivo da aplicação do questionário, era saber quais os motivos que levam à adopção de uma dieta vegetariana.
Assim foi possível inferir algumas conclusões através de gráficos que relacionam as idades e o sexo com o motivo de adopção deste tipo de alimentação e através de uma tabela que evidencia os locais preferidos para aquisição dos produtos utilizados.


As perguntas realizadas no questionário:

1. Que motivos levaram à adopção de uma alimentação vegetariana?
2. Qual a média mensal dos gastos com esta alimentação?
3. Tem facilidade ou não em encontrar produtos para a alimentação vegetariana?
4. Onde encontra produtos para a sua alimentação?

Dicas para uma alimentaçao sem sobressaltos

1. LER, pesquisar, explorar o assunto. A informação deve ser a arma.
2. REFLECTIR, pensar a respeito. Considerar o impacto das escolhas alimentares no mundo ao redor.
3. CONVERSAR, falar com vegetarianos e com não-vegetarianos. Fazer perguntas. Compara pontos de vista.
4. DEFINIR OBJECTIVOS. Brincar com a ideia de nos tornarmos vegetarianos. Apostar com um amigo que conseguimos ficar um mês ou dois sem comer no McDonald’s, por exemplo.
5. COZINHAR. Comprar livros de culinária. Com isso ganha-se independência na escolha da própria alimentação. Quanto mais receitas vegetarianas uma pessoa sabe preparar, mais fácil é a adaptação à nova dieta.
6. COMER COM CALMA. Transformar a refeição num momento especial. Sentar com calma, ouvir músicas tranquilas, não participar em conversas agitadas. Uma mastigação cuidadosa, sem pressa, é muito importante para qualquer vegetariano. Desfrutar do prazer da mesa!
7. PRESTAR ATENÇÃO. Tenta notar as necessidades do organismo. Não recusar a dormir quando se está cansado, não recusar comer quando se tem fome. Procurar perceber se algum alimento produz mal estar no corpo. Respeita o seu corpo. Aprender a identificar as relações entre o que comemos e o nosso comportamento.
8. MUDAR O TEU ESTILO. Tentar uma mudança no estilo de vida. Praticar um novo desporto, aprender uma dança, ou uma terapia (como yoga) ao mesmo tempo que uma mudança alimentar, pode ser uma boa forma de quebrar velhos condicionamentos.
9. PREPARAR para enfrentar alguma resistência do amigos ou da família. É preciso ser firme, mas cortês, e confiar nas próprias capacidades e escolhas. Contactar alguém vegetariano pode ser um apoio valioso quando surgir alguma dúvida. Em todo o caso, é importante valorizar a identidade acima de tudo.